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Aspectos da depressão pós-parto
Aspectos da depressão pós-parto

 “Para a mãe a realidade do feto in útero não é a mesma do bebê recém-nascido.”

 

Na condição de sofrimento psíquico, a depressão pode nem sempre expressar um estado patológico, pois se deve compreender que encontra origem na própria existência humana. O ser humano inquieta-se diante da sua configuração de ser temporal, finito, e incompleto, assim, entendamos o sofrimento e a dor como sendo sentimentos subjetivos, manifestos na esfera afetiva, na dor mental, e na esfera física, esta última caracterizada nas condições fisiológicas em geral.

O sofrimento psíquico concebido como manifestação psicossocial expressa um tipo de doença ou síndrome, situada entre a subjetividade e a realidade exterior. A depressão tem por definição um aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza, consistindo em perturbação do humor, de gravidade e duração variáveis, frequentemente recorrente e acompanhada por diversos sintomas físicos e mentais, que envolvem: pensamento, impulsos e capacidade crítica.

Os indivíduos elaboram a suas teorias do senso comum acerca da depressão nas comunicações e interações sociais, representando assim este transtorno psicoafetivo como forma de expressão do sofrimento e da dor humana. Existe, portanto, um conjunto de elementos, abordagens e aspectos do senso comum que permite a conceituação da depressão enquanto expressão complexa e plural, apresentando indissociabilidade ente a depressão na condição de doença, e o ser depressivo, “doente”.

As mulheres destacam-se como segmento mais sensível do que os homens na manifestação da depressão, pois elas têm merecido atenção dos estudos sobre depressão, principalmente em contextos que envolvem com exclusividade o mundo feminino, notadamente no que se refere a situações relativas à maternidade.

Algumas famílias apresentam situações de estresse diretamente associado ao nascimento de um bebê, considerando as mudanças nas rotinas diárias relativas à gravidez, ao parto e ao pós-parto. Ressaltemos então, que a ocorrência da depressão materna, após o nascimento de um bebê, é preocupante tanto para a mãe, como para a criança, assim como, também para a família. A depressão manifesta-se por vezes associada mais especificamente ao nascimento, sendo o período enfatizado como propício ao surgimento de problemas emocionais nas mães, destacando-se assim, os transtornos psicoafetivos.

Partindo da concepção de que nenhuma mulher nasce mãe, ela torna-se mãe, e mesmo diante das evidentes idealizações do imaginário coletivo, para algumas mães, a chegada do bebê significa uma carga superior àquela que imaginavam poder suportar. Na ocasião do nascimento de um filho, muitas mulheres experimentam sentimentos contraditórios e de certo modo inconciliáveis com a imagem idealizada de mãe acolhedora, tranquila, compreensiva, aquela capaz de enormes sacrifícios. Pode-se observar que vários são os conflitos psicológicos vividos pela mulher no puerpério.

A exposição ao caráter eminentemente regressivo das emoções do recém-nascido é condição possível para suscitar inúmeras e perturbadoras experiências inconscientes, assim como, novos e exigentes reajustes pessoais às mulheres que se tornam mães. A compreensão dos sintomas orienta-nos ao significado do sofrimento psíquico e à dificuldade na interação mãe-bebê à luz dos aspectos do mundo interno da mãe, os seus relacionamentos mais amplos e a sua história emocional passada.

A psicoterapia auxilia mulheres que estejam atravessando este momento de se tornarem mães, contribuindo com acompanhamento psicoterapêutico que envolve empatia, continência e ressignificação dos sentidos dados à maternidade. O médico, a família, e a própria pessoa que se encontra acometida de depressão deve responsabilizar-se pela situação, cabe ao médico orientar, à família apoiar e a pessoa aceitar o processo psicoterapêutico como condição preventiva e/ou “curativa”.

Iêda Maciel